Poucos cristãos têm o conhecimento do quanto a Igreja Católica influenciou a economia através dos tempos.
Daniel Rops diz que: “a Igreja não se propôs a aumentar seus rendimentos nem a ter lucros ou ter algum domínio comercial, mas tudo isso lhe foi dado por acréscimo, visto que buscou somente o Reino de Deus e a sua justiça”.
A Igreja nunca quis ser uma empresa ou algo do tipo mas dada o grande equilíbrio e organização dela foi o que fez com que chamasse a atenção, ela teve grandes gestores São Bento, Padre Pio, Bento XVI, Papa João Paulo segundo e tantos outros mas nenhum deles tinham formação teórica ou prática para serem gestores mas não foi apenas por eles que isso aconteceu mas por intervenção divina através de oração jejum adoração e de estarem sempre de ouvidos abertos a voz de Deus o que permitiu que ele Chegasse aonde eles chegaram.
A Igreja tem uma visão econômica que e sem o espírito de lucro, tanto que ela condenava e condena até hoje. Os mosteiros no século XI e XII eram importantes centros onde o povo vivia, trabalhava e comercializava.
Naquela época a concepção de que o trabalho é rico em si mesmo e que devia fazer o homem e a comunidade crescem, a riqueza e o lucro tinham significado diferentes dos de hoje, o ganho se devia ao serviço prestado; o princípio moral era a primazia sobre o princípio econômico. Alguém que naquela época se afogava em dívida não podia perder suas terras pois de onde ele iria tirar o seu sustento e pagar a quem ele devia, o dinheiro não era como hoje, a medida exata do trabalho prestado, ou da mercadoria entregue, mas dependia da fidelidade da dedicação e da caridade.
Desde o começo a Igreja foi contra a usura, mas o que é usura? (Usura e juros ou contrato de empréstimo com cláusula de pagamento de juros).
Na Roma antiga era costume corrente e chegava a 12%. Mas a Igreja obedece a Cristo: “Daí uns aos outros sem nada esperar em troca”(Lc 6,34) muitos concílios proibiam a usura, até sobre a, pena de excomunhão o concílio de Reims presidido pelo Papa Leão IX (1049-1054) ele condenava e colocava no mesmo nível que a fornicação.
O concílio de Latrão (1179), o de Lyon (1274) e o de Viena (1311) também abordaram a usura a ponto de que quem praticasse teria os nomes colocados na porta da Igreja como excomungados.
A própria Igreja emprestava dinheiro aos necessitados sem juros e na maioria das vezes sem esperança de receber de volta. Henri Pirenne escreveu que: “Ao proibir a usura por motivos religiosos a Igreja prestou um serviço à sociedade agrícola da Idade Média, pois lhe poupou as chagas das dívidas de caráter alimentar, que a Antiguidade sofreu tão dolorosamente”.
Alguns mosteiros se tornaram verdadeiros bancos agrícolas. Mas não era só a usura que a Igreja condenava, mas também o lucro comercial excessivo a justa medida. O concílio de Latrão (1123) ameaçou com excomunhão os que oprimissem os comerciantes com taxas e pedágios insuportáveis, condenou também o direito a pirataria, que era admitido universalmente.
Para a Igreja todo o produto tinha um “preço justo”, baseado no trabalho que exigia; o que não deixa o preço na dependência só do capital, da publicidade e da lei da oferta e procura, como hoje.
Com o crescimento do comércio a partir do século XII, a Igreja procurou adaptar seus princípios à nova situação. O que ela condenava era o ganho sem trabalho ou sem risco “aquele que não coloca a mão no arado e quer receber lucro dele”.
A história clássica da economia começou com Adam Smith e outros pensadores no século XVIII. Mas na Idade Média os escolásticos da Igreja estudaram a Livre economia e tiveram frutos para um desenvolvimento sadio da economia do ocidente.
Joseph Schumpeter um dos grandes economistas do século XX diz que os homens da Igreja são fundadores da economia, na sua obra “History of Economic Analysis” (1954).
A outros que concordam com essa ideia como Raymond Roovers, Alejandro Chafuen e Marjorie Gricehutchinson e o grande Murray N. Rothbard que reconheceram o papel dos escolásticos.
Um católico estudioso chamado Jean Buridan (1300-1358) foi reitor da Universidade de Paris deixou uma importante contribuição para a teoria do dinheiro que temos hoje. Ele não tinha a visão do dinheiro como uma invenção do estado, mas como uma forma de facilitar e tornar mais útil como meio de trocar o que facilitou a relação de troca.
Tivemos também Nicolas Oresme (1325-1382) que era especialista em matemática e astronomia ele escreveu um tratado sobre a Origem, Natureza,lei e Alterações de Dinheiro que está como um marco na ciência do dinheiro. Oresme estabeleceu o princípio que mais tarde seria conhecido como a “lei de Gresham”. Ele mostrou, por exemplo, o efeito destrutivo da inflação; o perigo do desregramento governamental em termos de dinheiro e como isso interfere no comércio e aumenta o preço dos produtos; enriquece o governo às custas do povo. Ele sugeriu que o governo não interferisse no sistema monetário.
A história nos mostra a verdade que não e fala como a Igreja foi um modelo perfeito para a humanidade assim como Cristo é um modelo para os homens.
Por Flávio Alexandre – Missionário da Comunidade Fidelidade