Uma das sugestões é realizar encontros virtuais para a leitura e os estudos das Sagradas Escrituras
Em Setembro a Igreja Católica, no Brasil, celebra o mês da Bíblia. Tradicionalmente, as paróquias organizam encontros e eventos especiais com o objetivo de aprofundar os estudos acerca das Sagradas Escrituras.
Este ano, porém, tudo deve ser diferente por causa da pandemia do novo coronavírus. O assunto foi tratado em uma live da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que orientou os fiéis a estudar as Escrituras em família, em casa, ou através de grupos em aplicativos de reuniões virtuais.
Membro da Comissão Bíblico-Catequética da CNBB e mestre em ciências bíblicas, dom Waldemar Passini ressaltou que, mesmo com a pandemia, os católicos não devem deixar de vivenciar o mês da Bíblia: “Esse ano, diante desta realidade, imagino que o lugar da oração e reflexão da família já conquistou espaço. Para o Mês da Bíblia a prioridade deve ser a Palavra de Deus”, disse ele.
A orientação da CNBB é que a oração, a reflexão e os estudos bíblicos sejam feitos em família, adaptando-se a reflexão às diferentes idades. Outra sugestão é que a Bíblia seja estudada em grupos de convivência que tenham uma espiritualidade bíblica (amigos, colegas de trabalho, círculos bíblicos, entre outros). A ideia é fazer encontros à distância pelas plataformas que permitem reuniões online. Essas reuniões podem, inclusive, ter a organização das paróquias e comunidades.
Deuteronômio
Este ano, o livro escolhido para os estudos aprofundados em setembro é o Deuteronômio. O próprio lema do mês da Bíblia traz uma citação desse livro: “Abre tua mão para o teu irmão” (Dt 15,11).
No livro, é possível encontrar o chamado “Código Deuteronômio”, um conjunto de preceitos que vai do culto à relações sociais e familiares, além dos conflitos nas cidades que Israel vai conquistando. “O livro chama a atenção sobre como usar a lei não apenas para ocupar a terra mas também para permanecer nela e torná-la fecunda. É um texto forte que perpassa períodos distintos da história mas sempre com a mesma teologia: a resposta fiel ao Deus que elegeu Israel, Judá o seu povo“, explicou D.Waldemar Passini.