São Luís Maria Grignion de Montfort, um exemplo de uma vida ofertada e de grande devoção mariana
No tempo de Jesus, o lugar das mulheres na cultura judaica era bastante diferente do que vemos hoje. Por exemplo, uma mulher sem o amparo de sua família, ou seja, sem pais, irmãos, filhos ou esposo, corria muitos riscos. Tanto que as viúvas, como podemos ver em algumas passagens, fazem parte da classe dos chamados “pobres e infortunados” (Cf. Mc 12,42). As mais desesperadas e sem auxilio e apoio de bens ou de familiares, poderiam facilmente entregar-se ao trabalho escravo ou mesmo à prostituição.
Jesus conhecia bem a cultura do seu povo. Ele era filho único e, como vemos no Evangelho, São José, seu pai adotivo, esposo de Maria, provavelmente já havia falecido. Na cruz, entre tantas coisas que, com certeza, passavam-se pela sua cabeça e coração humano, havia uma preocupação: o que vai ser de minha doce mãe? Assim, na ânsia e agonia da morte, Ele faz uma belíssima e comovente declaração. Leia: “Naquele tempo: Perto da cruz de Jesus, estavam de pé a sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe: “Mulher, este é o teu filho”. Depois disse ao discípulo: Esta é a tua mãe”. Daquela hora em diante, o discípulo a acolheu consigo” (Jo 19,25-27).
A partir daquele momento, o jovem João recebe a Mãe de Jesus como sua própria mãe. Protegeu-a, cuidou e proveu tudo o que ela precisava para viver com dignidade. Tanto, que as passagens e narrativas mais profundas sobre Jesus e sobre sua mãe, vemos no evangelho de João. Provavelmente, há coisas que João relatou nos seus escritos e pregações sobre a vida privada de Jesus, que deve ter ouvido pessoalmente, dos lábios dessa santa mãe.
São Luís Maria Grignion de Montfort conseguiu, em suas meditações, sondar o coração do jovem João. Tanto, que em seus escritos, vemos que ele o imita e encoraja os seus leitores a receber Maria em sua casa. Seu amor à Mãe de Jesus foi tão profundo que, por ocasião de sua crisma, acrescentou o nome Maria ao seu sobrenome familiar. Nascido na França, no ano de 1673, de uma família muito grande, ele sentiu bem cedo o desejo de seguir o sacerdócio e, assim, percorreu o caminho dos estudos.
Sendo ordenado, Luís começou anunciar o santo Evangelho e a conduzir o seu povo a viver a fé e o amor a Jesus pela intercessão e comunhão profunda com Maria. Foi um grande servo da Palavra de Deus, conhecido como pregador vibrante, homem de oração, amante e amigo da Cruz, dos doentes e pobres. Dedicou-se, como filho apaixonado pela Virgem Mãe, a ensinar ao máximo de pessoas possíveis a encontrar o caminho mais rápido, fácil e fascinante de união perfeita a Jesus. Tal Caminho consistia na consagração e entrega total a Maria, a cheia de graça.
Esse servo fiel não mediu sacrifícios pela salvação das almas, e sua maior penitência foi a de aceitar as diversas perseguições que sofreu. A graça de Deus e o auxílio da Mãe do Senhor nunca o abandonaram. Esse valente evangelizou e combateu na França a heresia dos jansenistas, que afastava os fiéis da fé verdadeira e da misericórdia de Deus.
Após, então, combater o bom combate da fé e ter cumprido sua missão profética na Igreja, Luís tem sua páscoa em 1716. Seus escritos, deram origem ao frutuoso “Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem”, que influencia ainda hoje muitos Cristãos. Nem mesmo o grande Papa, nosso querido São João Paulo II, resistiu aos encantos dessa devoção ensinada por São Luís. Tanto que adotou como seu lema o: Totus Tuus, Mariae, isto é, “Sou todo teu, ó Maria.”
Espero e desejo que o testemunho e a vida desse servo fiel de Deus, que não teve medo de receber Maria em sua Casa, tenha lhe feito bem. Se sim, contribua para que outros corações sejam abençoados. Deus te abençoe.